quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Um grito, suave, ao mundo



Sombrinhas dão um ar elegante e charmoso.   Mas dificilmente carrego-as comigo, dá trabalho e ocupa espaço. Tem dias que o que eu quero mesmo é me molhar. Outro dia fazia muito calor, depois fez chuva. Bem quando eu voltava a pé pra casa. Foi gostoso sentir minha roupa grudando de um jeito refrescante em mim.

Contemplo a sombra, nos dias de sol e nuances coloridas. Nada melhor do que caminhar à margem da serra envolta por árvores e passarinhos cantando. Ainda mais se levo uma mochila de pano com garrafa de água, livro e lanche. Uma caminhada romântica, em tarde de primavera, com tempo para ler algumas páginas ao ar livre e fazer um piquenique.

Nos dias cinza eu me entrego a introspecção. Entro no tom da cor, feito me embriago na escuridão da noite: sensibilidade à flor da pele. Ainda que o mundo funcione em outro ritmo. Sinto as pessoas ao meu redor não percebendo as nuances dos dias, nem seus acordes. Todos parecem ligados no piloto automático e eu, na minha, sem direção. Também estou caminhando, com os meus passos lentos e, às vezes, com a respiração afobada. Há que se concentrar na respiração, direcionar os atos e os dizeres. Os dias estão passando, passando e só se vive uma vez. Esta vida em que estamos caminhando (nos nossos passos tranquilos ou apressados) é uma só. Acreditem no que a fé de vocês permita, eu também creio nas boas coisas, mas esta vida, a vida que estamos vivendo – é agora.

3 comentários:

  1. A vida é agora, cinza, ultrapassa os cinquenta, começa a ficar indefinida, respiro, miro cada coisa em seu lugar, embaixo da sombrinha, o rosto escondido, pode ser qualquer um, pode ser eu.

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  2. Sombra pode ser um lugar de leveza, frescor e reflexões.

    É interessante entendê-la sob uma perspectiva mais amena,mais doce. E me arrisco a dizer, mais menina.

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  3. Os dias são ricos nas diferenças, mas muitos, nessa louca rotina diária, não as percebem.

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